LOGÍSTICA
A pandemia aumentou as exigências da logística no Brasil, assim como evidenciou as dificuldades e desafios do setor.
O transporte marítimo é o principal veículo de transporte do comércio internacional. A sua dependência à uma eficiente interligação dos portos com ferrovias, rodovias, transporte fluvial é fundamental para o escoamento da carga.
O Brasil, com dimensões continentais, precisa de investimento significativos em infraestrutura para ampliação e melhoria da malha viária atualmente existente.
Parceria entre o Ministério da Infraestrutura e o BNDES para a realização de estudos técnicos para viabilizar a desestatização de ativos rodoviários e portuários visa a melhoria da infraestrutura brasileira.
A expectativa é que tenhamos muitos valuations e muitas estruturações para as oportunidades de investimento em logística que surgirão na próxima década.
RODOVIAS
Dados da Confederação Nacional do Transporte -CNT revelam que as rodovias concentram mais do que 60% da movimentação de mercadorias e mais do que 90% da movimentação de passageiros. Não obstante essa representatividade expressiva, as rodovias não pavimentadas, em 2019 representavam mais de 78% da malha rodoviária nacional, e as pavimentadas apresentam problemas de conservação, decorrentes de degradação pelo intenso fluxo de veículos, de circulação de veículos com sobrecarga e de investimento insuficiente em manutenção.
As concessões representavam cerca de 10% da quilometragem total das rodovias pavimentadas. Ciente de que a qualidade das rodovias impacta no custo das mercadorias, na confiabilidade da entrega e no número de acidentes nas estradas, o Plano CNT de Transporte e Logística 2018 estimou a necessidade de investimento de cerca de R$ 496 bilhões em construção, pavimentação, duplicação, manutenção e outras adequações.
FERROVIAS
O modal ferroviário é o mais indicado para transportes de grandes quantidades de cargas e por longas distâncias, em face de seu baixo custo.
Entretanto, no Brasil, a participação das ferrovias na matriz de transporte é de 15%, tendo o Ministério da Infraestrutura, no início de 2020, anunciado a expectativa de aumento para 30% nos próximos dez anos.
Essa expansão da malha ferroviária, segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários: (i) permitiria a redução de custos, pois um vagão transporta 100 toneladas e um caminhão 28 toneladas; (ii) desafogarias as rodovias, pois um trem de 100 vagões retira 357 caminhões das estradas; e (iii) reduziria o impacto ambiental, pois as emissões de CO2 dos trens de carga são inferiores à da queima de combustíveis fósseis pelos caminhões.
A antecipação da renovação antecipada das concessões ferroviárias que vencem em 2026, está associada à obrigação de investimentos da ordem de R$ 25 bilhões, que vão permitir a ampliação, melhoria e aumento da representatividade anunciada pelo Governo.
PORTOS
O arrendamento de portos é uma das alternativas encontrada pelo Governo para a melhoria e realização de investimentos, com a instalação de novos equipamentos, construção de novas estruturas de armazenamento, de novas áreas de atracação, obras de pavimentação e drenagem nas áreas de acesso aos portos.
Segundo o Ministério da Infraestrutura, em 2020, o setor portuário brasileiro subiu 13 posições no ranking de eficiência mundial do segmento e registrou movimentações recordes.
Até 2022 o setor deverá movimentar R$ 30 bilhões de investimento em leilões e contratos de adesão. A regulação portuária está sendo revista para atrair investidores.
AEROPORTOS
O setor aeroviário foi fortemente impactado pela pandemia mas o Ministério da Infraestrutura prevê cenário positivo para 2021.
Pesquisa recente da Fundação Dom Cabral indica melhoria em 18 posições em eficiência no ranking de serviços aeroviários.
Nos últimos anos, foram realizadas várias concessões de aeroportos e a elas atribuído uma parcela significativa do crescimento do setor. A meta do governo é ampliar em mais 41 concessões de aeroportos até 2022, incluindo as da 6ª rodada de 2020.
MOBILIDADE URBANA
A mobilidade urbana é sempre uma grande preocupação.
A pandemia impactou a mobilidade urbana. Home-office, deslocamentos a pé ou com bicicletas para evitar o risco da contaminação serão incorporados à rotina da população e não devem regredir, mesmo após a vacina. Ademais, Mobilidade Sustentável, com mais carros elétricos e transporte coletivo com amplo acesso à internet e menos transporte individual poluidor intensivo é uma tendência irreversível a ser implementada até 2030.
Aumentou o desafio dos gestores públicos, para a realização de investimentos para permitir o acesso democrático ao espaço urbano, de forma mais rápida, eficiente e ecologicamente sustentável que garanta uma melhor qualidade de vida individual e coletiva.
Segmento capital intensivo, que requer ações municipais, estaduais e federais para suprir a demanda da população no Brasil.